O fim das Redes Sociais?

Eduardo Calian
Eduardo Calian | 14 março, 2024

 

O SXSW deste ano trouxe à tona uma temática provocativa: em um mundo inundado por produtos, marcas e tecnologias, as conexões online são muito menos sobre as relações sociais, e muito mais sobre os interesses em comum. John Dempsey da Wieden+Kennedy e Krystel Watler do TikTok “anunciaram” o fim das redes sociais como as conhecemos, inaugurando uma nova abordagem centrada nos interesses compartilhados. 

As redes sociais, antes baseadas em conexões pessoais, agora são impulsionadas por algoritmos, criando bolhas de conteúdo altamente personalizado.

Nesta “Era da Cultura” como eles chamam, as marcas enfrentam o desafio de manter a relevância e capturar a atenção dos consumidores.

 

 

“O fim das redes sociais, não significa, então, o final das mídias, mas sim a maturidade do consumo e das relações, tanto entre consumidores, quanto entre consumidor e marca. “

 

 

 

Dempsey e Watler delinearam seis estratégias para as marcas se envolverem com subculturas e expandirem seus negócios:

 

1 – Compromisso com inteligência cultural

Não basta entender seus gostos e preferências, é preciso também entender os nichos políticos e culturais que influenciam as escolhas e interações do público. Ao aprofundar as conversas, as marcas podem posicionar-se de forma mais relevante e autêntica, obtendo mais insights valiosos para a criação de conteúdo e campanhas que ressoem de forma significativa com sua base de consumidores. O fim das redes sociais não é o fim dos contextos sociais.

 

2 – Desengessar as diretrizes da marca

Essa abordagem não implica em perder a consistência da marca, mas sim em adaptar a linguagem, de modo a estabelecer uma conexão mais profunda com os consumidores. Ao ajustar sua abordagem de acordo com as preferências e nuances de cada subcultura, as marcas podem demonstrar sensibilidade e respeito às diversas comunidades, ao mesmo tempo em que mantêm sua identidade central. Essa flexibilidade estratégica permite que as marcas se mantenham relevantes e cativantes em um ambiente cada vez mais diversificado e dinâmico.

 

3 – Dar espaço para a cocriação

A prática da cocriação possibilita que as subculturas contribuam com suas próprias perspectivas. Ao convidar os consumidores a participarem ativamente da criação de conteúdo, as marcas demonstram um compromisso autêntico com a inclusão e a diversidade, além de fortalecer os laços emocionais com seu público-alvo. Essa abordagem colaborativa não só impulsiona o engajamento, mas também promove um senso de pertencimento e identidade compartilhada entre a marca e sua comunidade de consumidores.

 

4 – Criar conteúdo que provoque respostas

Ao desenvolver conteúdo que ressoe com os interesses e valores de uma subcultura específica, as marcas têm a oportunidade de se integrar organicamente às conversas em andamento, estabelecendo conexões mais autênticas e duradouras com seu público-alvo. Ao serem sensíveis e receptivas às nuances culturais, as marcas podem criar um ambiente propício para o engajamento genuíno e construtivo, fortalecendo assim sua presença e relevância no mercado.

 

5 – Criar defensores da marca, não apenas fãs

Ao cultivar relacionamentos genuínos e duradouros com esses defensores, as marcas não apenas fortalecem sua lealdade, mas também ampliam seu alcance por meio do boca a boca positivo e do engajamento orgânico nas redes sociais. Esses defensores se tornam embaixadores autênticos da marca, compartilhando ativamente sua paixão e incentivando outros a se juntarem à comunidade da marca.

 

6 – Entreter

Ao criar experiências cativantes que ressoam com as emoções e valores do público-alvo, as marcas podem estabelecer uma conexão genuína e significativa. Isso resulta em uma fidelidade à marca mais forte e em uma maior propensão para o engajamento contínuo. Ao se tornarem parte integrante das experiências de entretenimento do consumidor, as marcas podem solidificar sua posição como uma presença positiva e relevante em suas vidas.

 

Na publicidade, a noção de mídia cultural emerge como uma abordagem distinta em comparação com a era das redes sociais. O fim das redes sociais, não significa, então, o final das mídias, significa a maturidade do consumo e das relações, tanto entre consumidores, quanto entre consumidor e marca. Não importa tanto quem seu cliente segue, mas sim os interesses que ele tem, o conteúdo com o qual ele interage e os nichos dos quais ele faz parte.

 

A Inflr já antecipava esse fenômeno e foi a partir dessa visão que desenvolvemos o conceito de Branding 2.0. Nosso enfoque sempre foi envolver o consumidor em uma jornada autêntica, adotando uma publicidade menos invasiva e mais contextualizada. O Branding 2.0 da Inflr prioriza a conexão genuína com o público-alvo, promovendo uma interação mais significativa e construindo relacionamentos duradouros. Ao adotar essa abordagem inovadora, continuaremos a liderar o futuro do marketing de influência, ajudando marcas a se destacarem em um mundo cada vez mais centrado no consumidor e na cultura.

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